Inflação de outubro tem menor alta para o mês desde 1998 e fecha em 0,09%
A inflação oficial desacelerou em outubro e registrou a menor variação para o mês desde 1998. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,09% em outubro, ante 0,48% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, a taxa recuou para 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados até setembro.
O principal impulso para a desaceleração veio da energia elétrica residencial, que caiu 2,39% no mês e exerceu impacto de -0,10 ponto percentual no índice. A redução decorre da migração da bandeira tarifária de vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1, diminuindo a cobrança adicional na conta de luz de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh. Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, sem esse alívio o IPCA teria ficado em torno de 0,20%.
Alimentos e bebidas, que têm maior peso na cesta, apresentaram estabilidade em outubro (0,01%), encerrando uma sequência de quatro meses de queda. Entre os itens que contribuíram para a baixa destacam-se o arroz (-2,49%) e o leite longa vida (-1,88%). Em sentido oposto, a batata-inglesa subiu 8,56% e o óleo de soja, 4,64%.
Desempenho por grupos em outubro:
* Alimentação e bebidas: 0,01%
* Habitação: -0,30%
Artigos de residência: -0,34%
Vestuário: 0,51%
Transportes: 0,11%
Saúde e cuidados pessoais: 0,41%
Despesas pessoais: 0,45%
Educação: 0,06%
Comunicação: -0,16%
Entre os 377 itens pesquisados, as maiores altas foram observadas na passagem aérea (4,48%) e no aluguel residencial (0,93%), ambos com impacto individual de 0,03 ponto percentual no IPCA.
Embora o índice em 12 meses tenha recuado para 4,68%, ele permanece acima do teto da meta de inflação (4,5%). Esse cenário é um dos fatores que justificam a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, patamar que o Banco Central tem preservado para conter pressões inflacionárias. A sondagem do mercado (boletim Focus) divulgada em 10/11 projeta inflação de 4,55% para o fim de 2025, com Selic em 15%.
O IBGE divide o IPCA entre preços de serviços e preços monitorados. Em outubro, serviços subiram 0,41% e acumulam alta de 6,20% em 12 meses, enquanto preços monitorados recuaram 0,16% no mês, acumulando variação de 4,20% em um ano.
O IPCA mede o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos, com coleta de preços em 16 capitais e regiões metropolitanas.
