O Dia da Vergonha no Rio: Quando a Cidade Maravilhosa se Rende ao Caos
Seis governadores estaduais já tiveram suas administrações encerradas atrás das grades — de Moreira Franco a Sérgio Cabral, de Zveiter a Cláudio Castro, talvez. O Rio de Janeiro, outrora a “Cidade Maravilhosa”, já não suporta mais o fardo de ter sido capital do país. Dividido entre o antigo Estado da Guanabara e o Estado do Rio, somos hoje a unidade federativa que produz 80% do petróleo nacional e, talvez, ainda a capital cultural do Brasil. No entanto, nesta terça-feira, dia 25, o estado viveu o seu dia da vergonha.
Milhões de trabalhadores ficaram reféns do crime organizado, governados por um cantor de músicas gospel de gosto duvidoso. O sequestro de dezenas de ônibus e o bloqueio das estradas impediram que milhares de pessoas trabalhassem, levassem ou buscassem seus filhos na escola, ou simplesmente vivessem sua rotina diária.
Cabendo ao governador-cantor buscar culpados pelo desastre de uma gestão catastrófica de sete anos, preferiu responsabilizar o presidente Lula — a quem sequer pediu apoio para minimizar o colapso do Estado, visivelmente esgotado por sucessivas doses de incompetência, corrupção e amadorismo. O Rio merece mais — muito mais — do que isso.
Não merece ser refém do ego de um garoto que se autoproclamou governador no lugar de outro corrupto, nem de uma casta de deputados que, em vez de bancada, deveriam ser chamados de “quadrilha”, tal qual numa festa junina.
EDUARDO DA SILVA
Um apaixonado por política, um profundo conhecedor dos temas centrais brasileiro e sempre disposto a analisar sem paixões, mas buscando a razão.
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