Brasileiros resgatam R$ 455,6 milhões em valores esquecidos em setembro, diz Banco Central

Os brasileiros sacaram R$ 455,68 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro apenas em setembro deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Banco Central (BC). Desde a criação do Sistema de Valores a Receber (SVR), já foram devolvidos R$ 12,22 bilhões a correntistas, mas ainda há R$ 9,73 bilhões disponíveis para retirada.

O SVR é uma plataforma do BC que permite a consulta de dinheiro esquecido em bancos, consórcios, cooperativas de crédito, financeiras ou corretoras. A verificação inicial pode ser feita informando apenas o CPF e a data de nascimento — ou, no caso de empresas, o CNPJ e a data de abertura. Se houver valores disponíveis, é necessário acessar o sistema com login Gov.br nos níveis prata ou ouro e autenticação em duas etapas.

Três opções de resgate

O recebimento pode ser feito de três maneiras: por meio de contato direto com a instituição responsável, por solicitação dentro do próprio sistema ou automaticamente. Essa última opção foi lançada em maio deste ano e permite que o valor seja creditado diretamente na conta do cidadão, sem necessidade de novas consultas. O recurso está disponível apenas para pessoas físicas que possuem chave Pix cadastrada com o CPF.

Quem tem direito

Entre os recursos esquecidos estão saldos de contas encerradas, cotas de cooperativas de crédito, valores de consórcios inativos, tarifas cobradas indevidamente, parcelas de crédito e contas de pagamento extintas.

Até o fim de setembro, 34,28 milhões de pessoas e empresas já haviam feito resgates — sendo 30,9 milhões de pessoas físicas e 3,36 milhões de jurídicas. Por outro lado, 53,37 milhões de beneficiários ainda não retiraram seus valores, a maioria com pequenas quantias.

Os montantes de até R$ 10 representam 64,63% dos beneficiários; valores entre R$ 10,01 e R$ 100 somam 23,84%; entre R$ 100,01 e R$ 1 mil, 9,72%; e apenas 1,81% têm direito a mais de R$ 1 mil.

Alerta contra golpes

O Banco Central reforça que o serviço é totalmente gratuito e que não envia links nem faz contato para confirmar dados pessoais. A instituição orienta que os usuários não compartilhem senhas e desconfiem de qualquer pessoa ou empresa que se ofereça para intermediar o resgate, já que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de solicitação.