Rui Costa descarta tarifa zero no transporte público em 2025 e 2026 e diz que governo faz apenas estudos
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (8) que o governo federal não planeja implementar neste ou no próximo ano a chamada tarifa zero no transporte público. Segundo o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apenas solicitou estudos técnicos para avaliar a viabilidade econômica e operacional da proposta.
Em entrevista a rádios da Bahia, Rui Costa reforçou que o debate ainda está em fase inicial e que não há nenhuma decisão tomada.
“O que foi solicitado foi apenas estudos, não tem nada programado nem para esse ano, nem para o ano que vem em relação à tarifa zero de transporte público. É bom a gente dizer exatamente o que vai fazer para que a informação precipitada não crie uma falsa expectativa na população”, declarou.
A proposta de gratuidade total no transporte público voltou a ganhar força nas redes sociais e entre aliados do governo, que defendem a política como instrumento de inclusão social e de estímulo à mobilidade urbana.
No entanto, a medida divide opiniões entre economistas e gestores municipais, que apontam forte impacto fiscal e dificuldades de financiamento do sistema sem cobrança direta dos usuários.
Haddad conduz levantamento técnico
Na terça-feira (7), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a equipe econômica está realizando uma “radiografia” completa do setor de transporte coletivo, a pedido de Lula.
Segundo Haddad, os técnicos analisam dados como:
Custo total do setor;
Valor dos subsídios públicos;
Participação das empresas via vale-transporte;
Gasto direto dos trabalhadores com passagem;
Gargalos tecnológicos e oportunidades de inovação.
O levantamento busca identificar modelos sustentáveis de financiamento e boas práticas municipais, como alternativas antes de qualquer eventual expansão da tarifa zero em nível nacional.
Experiências locais e debate em Belo Horizonte
A discussão ganhou destaque recente após a Câmara Municipal de Belo Horizonte rejeitar, na semana passada, um projeto que previa a gratuidade total nos ônibus municipais em até quatro anos.
A proposta previa a criação de uma Taxa de Transporte Público (TTP), paga por empregadores com dez funcionários ou mais, além de receitas complementares provenientes de publicidade em ônibus e terminais, multas às concessionárias e um fundo municipal para financiar o sistema.
Com a negativa, o tema reacendeu o debate sobre modelos de custeio e responsabilidade federativa no transporte urbano — considerado um dos principais desafios para as grandes cidades brasileiras.