Governo Lula rebate críticas de Cláudio Castro e nega ter recusado apoio ao Rio em megaoperação
Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram às declarações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que acusou Brasília de não oferecer apoio e de negar o empréstimo de blindados para a megaoperação realizada nesta terça-feira (28), que resultou em 81 prisões e 22 mortes, incluindo dois policiais.
Segundo assessores presidenciais, Castro tenta transferir responsabilidades de sua gestão ao governo federal ao afirmar que o Estado está “sozinho” no enfrentamento ao crime organizado.
Fontes do Palácio do Planalto afirmam que o governador não comunicou previamente que uma operação dessa dimensão seria realizada — o que, segundo auxiliares, envolveria alto risco tanto para agentes de segurança quanto para a população das comunidades afetadas.
Um dos assessores de Lula lembrou que o empréstimo de blindados do Exército só pode ocorrer quando há em vigor uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — o que não foi solicitado pelo governo fluminense. “Não chegou ao Exército nenhuma solicitação formal de uso de blindados. Ele sempre quer fazer tudo sozinho e, depois, tenta transferir a responsabilidade para Brasília”, afirmou um integrante da equipe presidencial.
Outro assessor reforçou que o governo federal não pode ceder equipamentos militares sem planejamento conjunto. “Não podemos simplesmente entregar blindados sem saber o que será feito com eles. Isso não tem sentido”, disse.
Lula mantém resistência ao uso de GLO
O presidente Lula tem reiterado sua posição contrária à utilização do Exército em ações diretas de combate ao crime organizado nas comunidades do Rio. Segundo ele, as Forças Armadas não devem “subir morros” nem atuar como polícia, mas podem participar de ações de inteligência, logística e bloqueio de fronteiras.
A megaoperação desta terça-feira — uma das maiores do ano — concentrou-se em áreas de mata entre o Complexo do Alemão e a Penha. Castro criticou também o Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que decisões da Corte estariam dificultando o trabalho das forças estaduais.
No Planalto, a avaliação é de que o governador tenta politizar o tema da segurança pública e desgastar o governo federal. Lula, por sua vez, defende que o enfrentamento ao crime organizado deve ser coordenado e baseado em ações de inteligência, e não em operações isoladas com alto potencial de letalidade.
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