Corretor preso por querer “explodir” Brasília foi vigiado por polícia irlandesa

Foto do Corretor que Queria Explodir Brasília
O corretor de imóveis Lucas Ribeiro Leitão, de 30 anos, preso neste sábado (20/9) em Brasília pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sob suspeita de planejar um atentado, já havia chamado a atenção de autoridades internacionais. Em 2024, quando realizava um intercâmbio na Irlanda, seu comportamento passou a preocupar pessoas próximas e chegou a ser registrado pela polícia local.

De acordo com apuração do ND1, Lucas apresentava sinais de radicalismo e instabilidade emocional ainda durante o período em que viveu na Europa. Colegas de convivência relataram que ele fazia comentários racistas e xenofóbicos, demonstrava boa capacidade de argumentação, mas ao mesmo tempo tinha episódios de delírios e alucinações, especialmente com a chegada do inverno europeu.

Em um desses surtos, dizia ser um “cavaleiro do apocalipse” e afirmava que seu próprio sangue teria o poder de salvar a humanidade. Em outra ocasião, publicou em redes sociais que sabia o paradeiro do corpo da menina Madeleine McCann, desaparecida em 2007, e que seria capaz de treinar “todos os animais da Terra” para revelar o local onde estaria a criança.

A gravidade da situação levou um padre que mantinha contato com Lucas a procurar a polícia irlandesa. O brasileiro chegou a ser encaminhado para avaliação médica, mas foi liberado poucas horas depois, sem receber acompanhamento psiquiátrico adequado. Pouco tempo depois, ele retornou ao Brasil.

No país, voltou a atrair a atenção das autoridades. Em dezembro de 2024, foi detido pela primeira vez após publicar ameaças em redes sociais enquanto seguia em direção a Brasília. Na ocasião, admitiu que pretendia cometer um atentado e mencionou “táticas militares” como parte de seu plano.

A nova prisão ocorreu neste sábado, quando a Divisão de Proteção e Combate ao Extremismo Violento (DPCev) identificou novas postagens em que Lucas fazia ameaças de guerra, convocava apoiadores e chegava a escrever sobre a possibilidade de “explodir metade do país com uma ogiva”.

Embora pessoas próximas sustentem que ele enfrenta sérios problemas de saúde mental, a polícia ressalta que declarações dessa natureza não podem ser tratadas como meras bravatas.
“Nosso papel é agir de forma preventiva. A investigação busca entender se havia capacidade real de execução, logística ou comparsas envolvidos”, explicou o delegado Fabrício Borges, chefe da DPCev.

Lucas Ribeiro Leitão permanece sob custódia, enquanto a polícia segue com as diligências para mapear o alcance de suas ações e possíveis conexões.