Corretor preso por querer “explodir” Brasília foi vigiado por polícia irlandesa
De acordo com apuração do ND1, Lucas apresentava sinais de radicalismo e instabilidade emocional ainda durante o período em que viveu na Europa. Colegas de convivência relataram que ele fazia comentários racistas e xenofóbicos, demonstrava boa capacidade de argumentação, mas ao mesmo tempo tinha episódios de delírios e alucinações, especialmente com a chegada do inverno europeu.
Em um desses surtos, dizia ser um “cavaleiro do apocalipse” e afirmava que seu próprio sangue teria o poder de salvar a humanidade. Em outra ocasião, publicou em redes sociais que sabia o paradeiro do corpo da menina Madeleine McCann, desaparecida em 2007, e que seria capaz de treinar “todos os animais da Terra” para revelar o local onde estaria a criança.
A gravidade da situação levou um padre que mantinha contato com Lucas a procurar a polícia irlandesa. O brasileiro chegou a ser encaminhado para avaliação médica, mas foi liberado poucas horas depois, sem receber acompanhamento psiquiátrico adequado. Pouco tempo depois, ele retornou ao Brasil.
No país, voltou a atrair a atenção das autoridades. Em dezembro de 2024, foi detido pela primeira vez após publicar ameaças em redes sociais enquanto seguia em direção a Brasília. Na ocasião, admitiu que pretendia cometer um atentado e mencionou “táticas militares” como parte de seu plano.
A nova prisão ocorreu neste sábado, quando a Divisão de Proteção e Combate ao Extremismo Violento (DPCev) identificou novas postagens em que Lucas fazia ameaças de guerra, convocava apoiadores e chegava a escrever sobre a possibilidade de “explodir metade do país com uma ogiva”.
Lucas Ribeiro Leitão permanece sob custódia, enquanto a polícia segue com as diligências para mapear o alcance de suas ações e possíveis conexões.