O Acordo do Século Mercosul e União Europeia se Aproxima de um Desfecho Definitivo
O avanço do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia com previsão de assinatura no próximo dia 20 de dezembro de 2025, representa um dos movimentos mais relevantes da política econômica internacional nas últimas décadas, não apenas pelo volume econômico envolvido, mas pelo contexto geopolítico em que ele se insere.
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Depois de mais de vinte anos de negociações marcadas por idas e vindas, o fato de o tratado estar próximo de ser formalizado indica uma mudança clara de postura da União Europeia, que passa a priorizar interesses estratégicos de longo prazo em detrimento de resistências setoriais pontuais.
A oposição de alguns países europeus, especialmente aqueles com setores agrícolas fortemente protegidos, não deve ser interpretada como um entrave estrutural ao acordo, mas como parte do jogo político interno do bloco.
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Em economias maduras, onde o custo social de abertura comercial é mais visível e politicamente sensível, a resistência costuma servir como instrumento de barganha. Na prática, porém, há uma percepção crescente de que manter o acordo indefinidamente travado seria mais prejudicial ao conjunto da União Europeia do que lidar com os ajustes necessários em setores específicos.
Sob a ótica do Brasil, o acordo tem um valor que vai muito além do comércio exterior. Ele funciona como um selo de inserção em cadeias globais mais sofisticadas, com potencial de atrair investimentos, estimular a modernização industrial e elevar padrões regulatórios.
Em um cenário internacional marcado por protecionismo crescente e por disputas entre grandes potências, diversificar parceiros e aprofundar laços com um bloco econômico estável é uma decisão estratégica que reduz riscos e amplia margem de manobra diplomática.
É evidente que o tratado não é isento de desafios. A abertura comercial expõe fragilidades históricas da economia brasileira, especialmente em setores industriais menos competitivos. Sem políticas públicas consistentes voltadas à inovação, infraestrutura e qualificação da mão de obra, o país corre o risco de capturar apenas parte dos benefícios do acordo. Ainda assim, esse risco não decorre do tratado em si, mas da incapacidade interna de transformar acesso a mercado em desenvolvimento produtivo.
Do ponto de vista europeu, o acordo também reflete uma necessidade de reposicionamento global. Ao fortalecer vínculos com a América do Sul, a União Europeia busca reduzir dependências excessivas e ampliar sua influência em um mundo cada vez mais fragmentado. Nesse sentido, o pacto não é apenas econômico, mas também político, funcionando como uma resposta estratégica às mudanças na ordem internacional.
Minha avaliação é que o acordo representa uma oportunidade histórica para o Brasil, desde que seja encarado como ponto de partida e não como solução automática. Ele pode impulsionar crescimento, investimentos e integração internacional, mas seu sucesso dependerá da capacidade do país de realizar reformas internas e definir uma estratégia clara de desenvolvimento. O maior risco não está em assinar o acordo, mas em desperdiçar o potencial que ele oferece.

MAURÍCIO JÚNIOR
Um apaixonado por política, CEO da MRO Mídia e com muito orgulho fundador do portal ND1.
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