Projeto capacita mulheres da zona oeste do Rio e transforma histórias por meio do empreendedorismo
Oferecer capacitação profissional com mentoria especializada e noções de mercado integradas à realidade socioemocional foi o caminho adotado pelo Instituto da Providência para auxiliar mulheres a transformarem suas vidas por meio do empreendedorismo. O projeto Mulher Potência Empreendedora oferece cursos de formação profissional nas áreas de gastronomia, moda e beleza para moradoras da zona oeste do Rio de Janeiro em situação de vulnerabilidade social.
Beneficiadas que não tinham renda própria conheceu o instituto, por indicação. Sem saber inicialmente em que área queria atuar, ela se inscreveu no projeto e, após a capacitação, abriu o próprio negocio. Hoje, empreendedora, conseguiu comprar a própria casa.
O público-alvo do projeto são mulheres entre 18 e 60 anos, com renda familiar per capita abaixo da linha da pobreza extrema e residentes em áreas de vulnerabilidade social. Desde 2022, mais de 1,7 mil mulheres foram impactadas pela iniciativa, que oferece, além da formação, um capital semente de R$ 1,5 mil para fortalecer os empreendimentos.
Dados de uma análise interna de 2024 mostram que 80% das participantes são chefes de família, 76% têm mais de 30 anos, 79% são negras ou pardas e 54% não concluíram o ensino médio. Até agora, o projeto resultou na criação de 684 novos negócios e na concessão de 364 auxílios para capital de giro.
Segundo a diretora executiva do Instituto da Providência, Maria Garibaldi, o projeto nasceu a partir de anos de experiência com esse público e da compreensão do papel central da mulher na estrutura familiar e social.
“O estigma social dificulta a inserção das mulheres no mercado de trabalho. Por isso, o projeto atua em todas as fases, não apenas na preparação técnica, mas também oferecendo suporte social e reconstrução da autoestima”, explica.
Ela ressalta que a vulnerabilidade enfrentada pelas participantes vai além da questão financeira. “Existe a insegurança no território, muitas vezes dentro de casa. Lidamos com mulheres que sofrem violência doméstica e não geram renda. A autonomia financeira é um fator decisivo de empoderamento”, conclui.
