Gustavo Feliciano assume Turismo com apoio de Hugo Motta e articulação no União Brasil



Feliciano é filho do deputado federal Damião Feliciano (União-PB) e tem ligação política com Hugo Motta, que confirmou ter conversado com Lula sobre a indicação. O movimento gerou incômodo em setores da cúpula do União Brasil contrários ao governo, que atribuem a articulação integralmente ao presidente da Câmara.

Segundo esses dirigentes, Motta busca melhorar sua relação com o Planalto de olho nas eleições de 2026, quando pretende lançar o pai, Nabor Wanderley, como candidato ao Senado pela Paraíba.

A posse reuniu lideranças do União Brasil, PP e PSD na Câmara, além do governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB). Durante a cerimônia, Hugo Motta elogiou a escolha de Lula e afirmou que a nomeação demonstra “sensibilidade política e capacidade de agregar”.

“O que eu pude dizer é que conheço o Gustavo e pude dar um testemunho favorável. Acho que ele vai ajudar o governo na interlocução com o União Brasil”, afirmou Motta a jornalistas.

Apesar do apoio de parte da bancada, Gustavo Feliciano não está atualmente filiado ao União Brasil. Ele integrou o partido entre 2022 e outubro de 2025 e já passou por PDT e MDB. Entre 2019 e 2021, foi secretário de Turismo da Paraíba e é filho da ex-vice-governadora do estado, Lígia Feliciano.

Em seu discurso de posse, o novo ministro defendeu investimentos no setor e afirmou que o turismo deve ser uma política inclusiva. “Quanto mais turismo, mais igualdade, mais emprego e mais renda”, disse.


A nomeação ocorre após a saída de Celso Sabino, anunciada na semana passada durante reunião de balanço do governo. Sabino estava à frente do ministério desde agosto de 2023 e havia sido indicado pela bancada do União Brasil.

Neste ano, porém, o partido rompeu institucionalmente com o governo Lula e determinou que seus filiados deixassem cargos no Executivo. Sabino descumpriu a orientação, foi expulso da legenda e decidiu permanecer no cargo de olho nas eleições de 2026, quando pretende disputar o Senado pelo Pará.

Em discurso de despedida, Sabino agradeceu a Lula e destacou sua atuação na organização da COP30, realizada em Belém, evento que, segundo aliados, foi determinante para sua permanência no ministério apesar da pressão partidária.