União Europeia tenta aprovar nova meta climática antes da COP30 em Belém
Os ministros responsáveis pelas questões climáticas da União Europeia (UE) farão, nesta terça-feira (4), uma última tentativa de aprovar uma nova meta de redução de emissões de gases do efeito estufa, em meio a divisões internas sobre os custos da transição verde. O objetivo é evitar chegar de mãos vazias à COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém (PA), na quinta-feira (6).
A falta de consenso dentro do bloco ameaça enfraquecer a posição europeia nas negociações globais, que testarão a disposição das principais economias em manter compromissos climáticos apesar das resistências políticas e econômicas — especialmente diante da oposição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a políticas ambientais mais rígidas.
Divergências internas e pressão econômica
Embora a União Europeia mantenha algumas das políticas climáticas mais ambiciosas do mundo, o bloco enfrenta forte reação de setores industriais e de governos céticos quanto à viabilidade econômica das novas metas.
Em setembro, os países-membros não conseguiram chegar a um acordo sobre a meta de redução de emissões até 2040, o que deixou a discussão em aberto a poucos dias da cúpula climática. O impasse gira em torno do ritmo de descarbonização e do impacto das metas sobre a competitividade da indústria europeia e os investimentos em defesa.
Enquanto isso, China, Reino Unido e Austrália já apresentaram novas metas nacionais de clima em preparação para a COP30, aumentando a pressão sobre o bloco europeu.
Expectativa de acordo de última hora
O comissário europeu para Ação Climática, Wopke Hoekstra, reconheceu as dificuldades do momento, mas afirmou estar confiante na aprovação de uma nova meta comum.
“O cenário geopolítico raramente foi tão complexo”, disse Hoekstra durante reunião no Canadá no sábado (1º). “Mesmo nessas circunstâncias, a União Europeia continuará fazendo o máximo em Belém para reafirmar seu compromisso com o multilateralismo e com o Acordo de Paris.”
A decisão desta terça-feira será crucial para que a União Europeia mantenha a liderança diplomática nas negociações climáticas e reforce sua credibilidade internacional em um momento de crescente ceticismo global sobre a transição ecológica.
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