Brasil e EUA retomam negociações sobre tarifas comerciais em reunião no Canadá
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se nesta quarta-feira (12) com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Niágara, no Canadá, à margem da reunião do G7. O encontro teve como foco as tratativas entre Brasil e Estados Unidos sobre as tarifas impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros.
De acordo com o Itamaraty, o chanceler brasileiro informou que, no último dia 4 de novembro, o Brasil enviou uma nova proposta de negociação aos Estados Unidos. O documento foi elaborado após uma reunião virtual entre as equipes técnicas dos dois países, e tem como objetivo avançar na revisão das medidas de restrição comercial impostas por Washington.
Mauro Vieira reforçou que o diálogo segue sob orientação dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que trataram do tema em um encontro recente na Malásia. Durante a conversa, os ministros concordaram em marcar uma nova reunião presencial nas próximas semanas, para discutir os próximos passos e buscar um entendimento sobre o impasse tarifário.
Contexto do tarifaço
As negociações acontecem após o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, em julho deste ano, sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, foi justificada como uma forma de “proteger a indústria americana”, mas gerou forte reação do governo brasileiro.
Em resposta, Lula pediu a suspensão imediata das tarifas enquanto os países conduzem o processo de negociação. “O Brasil tem interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos. Não há nenhuma razão para desavenças”, declarou o presidente após o encontro com Trump, realizado em 26 de outubro, durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur.
Além do tarifaço, o governo norte-americano revogou vistos de ministros brasileiros e de magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), o que ampliou a tensão diplomática entre os dois países. Apesar disso, o Itamaraty afirma que a prioridade de Brasília é restaurar o diálogo e alcançar um acordo que beneficie ambos os lados.
