A Última Estação do Trem Climático: Ainda Há Tempo para Reagir?

Estamos no limiar de um ponto sem retorno quanto ao clima. O processo de desertificação no Nordeste e os tornados no Paraná e em Santa Catarina avançam em uma velocidade jamais alcançada. O tornado no Paraná, com ventos de mais de 250 km/h, faz-nos pensar até onde a ganância e a estupidez humana nos levarão.

O mundo dá sinais e assusta. Demonstra que, sem respeito à natureza e sem planejamento, não se constrói um projeto sustentável, pois visa-se unicamente o lucro. Precisamos ter consciência de que a sobrevivência da humanidade depende do planeta — e o planeta vive sem nós.

Os maiores lagos do mundo estão secando e transformando a terra em solo morto. Nos Estados Unidos não é diferente: milhões de quilômetros de florestas derrubadas deram origem a um agronegócio avassalador, e a natureza cobra. Quem mais sofre é quem tem poucos ou nenhum recurso para a sobrevivência. Rio Bonito do Iguaçu está aí para mostrar isso.

A COP 30, esvaziada pelas superpotências — sejam as do Sul (Ásia) ou do Norte (Estados Unidos) —, demonstra que o juízo não é prioridade. O evento tem presença insignificante, deixando as esperanças de uma consciência global para outro momento. Oxalá não seja tarde demais e o trem já não tenha passado.

Somos uma civilização com as veias entupidas de petróleo, com nossas florestas em risco como nunca antes e o futuro de nossos descendentes sob o fio da navalha da extinção total. Contudo, é preciso haver esperança em tempos melhores e seguir tocando o barco — pois ainda há barco a ser tocado.

Foto do Colunista

EDUARDO DA SILVA

Um apaixonado por política, um profundo conhecedor dos temas centrais brasileiro e sempre disposto a analisar sem paixões, mas buscando a razão.

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