Alckmin defende corte na taxa de juros e diz esperar redução já na próxima reunião do Copom
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (6) que o governo espera uma redução da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 9 e 10 de dezembro.
A declaração foi feita durante evento em Minas Gerais, um dia após o Copom, por unanimidade, decidir manter a Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006.
Governo pressiona por queda dos juros
Segundo Alckmin, o nível atual da taxa é “muito elevado” e tem provocado retração na atividade econômica, especialmente em setores que dependem de crédito, como o de bens duráveis.
“A taxa de juros está muito elevada. Esperamos que na próxima reunião do Copom ela já comece a curva de redução. Ela retrai a atividade econômica, especialmente bens duráveis de custo mais alto, mas acho que será transitório. Estamos tendo grandes investimentos no Brasil”, disse o vice-presidente.
Alckmin citou ainda a safra agrícola recorde, queda do dólar e inflação em desaceleração como sinais positivos da economia que, segundo ele, justificam o início de um ciclo de cortes.
Contexto econômico
A decisão do Copom de manter a Selic ocorreu em meio à incerteza no cenário internacional, especialmente pela política monetária dos Estados Unidos, que influencia as condições financeiras globais.
Em nota, o Banco Central destacou que a inflação brasileira, embora tenha desacelerado nos últimos meses, ainda permanece acima da meta oficial, o que exige cautela na condução da política monetária.
Essa foi a terceira reunião consecutiva em que o comitê optou por manter os juros básicos da economia no mesmo patamar. A última vez que a Selic esteve próxima desse nível foi em julho de 2006, quando alcançou 15,25% ao ano.
Expectativa para dezembro
A nova reunião do Copom, em dezembro, será a última do ano e deverá definir o rumo da política monetária para 2026. O governo federal tem defendido cortes graduais, enquanto parte do mercado financeiro avalia que a redução só deve ocorrer se houver melhora consistente dos indicadores inflacionários e fiscais.
Economistas acreditam que uma redução moderada — entre 0,25 e 0,50 ponto percentual — poderia sinalizar confiança no controle da inflação sem comprometer a estabilidade cambial.
