Presidente da Câmara, Hugo Motta, rebate críticas de Lula e diz que Congresso “esteve ao lado da agenda econômica do governo”

O presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), respondeu nesta quarta-feira (15) às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso Nacional. A reação ocorreu após o petista afirmar, durante evento no Rio de Janeiro, que o Parlamento “nunca teve um nível tão baixo” e apontar a extrema direita eleita em 2022 como “o que existe de pior”.

Em entrevista ao programa de Míriam Leitão, que vai ao ar na GloboNews às 23h30, Motta afirmou que as declarações de Lula devem ser compreendidas como críticas específicas à extrema direita, e não ao Congresso como um todo.

“Assistimos várias vezes parlamentares criticarem o governo de forma muito veemente. Essa polarização — por o presidente vir de um partido de esquerda e por haver uma extrema direita bastante aguerrida — tem feito com que as críticas ultrapassem o tom em diversos episódios”, declarou o deputado.

Motta ponderou, contudo, que, caso a fala tenha se referido ao Legislativo de maneira ampla, discorda totalmente da avaliação de Lula.

“Se ele quis se referir ao Congresso como um todo, eu discordo plenamente, porque foi um Congresso que aprovou quase tudo o que o governo enviou — claro, com modificações —, mas que esteve ao lado, principalmente, da agenda econômica do governo”, disse.

O presidente da Câmara também destacou que não pretende alimentar disputas ideológicas.

“Temos que ter muita tranquilidade e equilíbrio para não entrar em narrativas de um extremo ou de outro, porque isso pode prejudicar o dia a dia de quem precisa ter isenção para conduzir a Casa”, afirmou.

Contexto da fala de Lula

As declarações do presidente foram feitas durante cerimônia em comemoração ao Dia dos Professores, no Rio de Janeiro. Em tom político, Lula criticou parlamentares de direita e citou nominalmente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O petista também disse que “o país não pode permitir que a direita volte ao poder” e defendeu que cidadãos insatisfeitos com a política ingressem na vida pública para “mudar o futuro do país”.

Antes das críticas, Hugo Motta havia discursado no evento e foi vaiado pela plateia, que protestou contra o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Lula, em seguida, levantou-se e demonstrou apoio ao presidente da Câmara.