Coluna de Andreza Matais diz que União prepara troco em Sabino
A coluna de Andreza Matais publicada no portal Metrópoles revela um embate de bastidores com implicações sérias para o ministro do Turismo, Celso Sabino, e também para a relação entre o governo Lula e o partido União Brasil. O texto começa explicando que Sabino desafiou o presidente de sua legenda, Antônio Rueda, ao se recusar a deixar o cargo de ministro, contrariando uma ordem direta do comando partidário. Essa decisão, segundo a colunista, pode custar-lhe a reeleição, pois o partido decidiu reagir de forma dura e calculada.
A executiva nacional do União Brasil convocou uma reunião para deliberar pela expulsão de Sabino, mas a manobra mais sofisticada está na tática de protelar a decisão final. O partido não pretende resolver o processo de imediato, e sim estendê-lo o máximo possível, com o objetivo de inviabilizar a candidatura do ministro em 2026. A razão é jurídica e política ao mesmo tempo. Enquanto não for oficialmente expulso, Sabino não pode se filiar a outro partido, sob pena de perder o mandato de deputado federal, pois a legislação eleitoral proíbe a desfiliação sem justa causa. A coluna cita o artigo 22-A da Lei dos Partidos Políticos, que determina a perda do mandato para quem abandonar a legenda pela qual foi eleito sem motivo legítimo reconhecido pela Justiça Eleitoral.
Existe apenas uma exceção prevista na legislação: a chamada janela partidária, um período de trinta dias que antecede o prazo de filiação necessário para disputar a eleição seguinte. É uma brecha estreita e de calendário curto. Se o União atrasar a expulsão até depois dessa janela, Sabino ficará sem tempo hábil para mudar de legenda e registrar sua candidatura, o que o deixaria politicamente imobilizado. Andreza Matais define essa situação como uma asfixia política. Sabino perderá o comando do diretório do União no Pará, ficará sem acesso a recursos dos fundos partidário e eleitoral e, além disso, será excluído da lista de parlamentares que recebem emendas extras liberadas pelo governo em troca de apoio no Congresso. Ou seja, será isolado financeiramente e sem estrutura de campanha.
A colunista também expõe as motivações por trás da ofensiva do União Brasil. Rueda havia determinado há meses que os ministros do partido deixassem o governo Lula como gesto de independência e de posicionamento contrário à reeleição do presidente. A ordem, no entanto, estava sendo ignorada até que o próprio Rueda passou a ser investigado pela Polícia Federal em um inquérito que apura uma suposta máfia dos combustíveis. A partir daí, ele passou a enxergar a operação como retaliação do governo e decidiu endurecer o tom, exigindo o desembarque imediato de Sabino. A permanência do ministro no cargo, portanto, passou a ser vista como um símbolo de submissão ao governo petista, e o rompimento tornou-se uma questão de afirmação política dentro da direita.
No desfecho da análise, Andreza Matais amplia o quadro e mostra por que essa disputa interna tem alcance nacional. O União Brasil e o PP se uniram e, juntos, formam hoje o principal bloco da direita institucional no país, com cerca de R$ 1 bilhão de fundo eleitoral e o maior tempo de TV entre os partidos. Controlam parte expressiva do Congresso e estão em posição estratégica para definir alianças presidenciais em 2026. Por isso, a crise entre Rueda e Sabino não é apenas uma briga pessoal, mas um reflexo do reposicionamento da direita diante do governo Lula. Ao insistir em manter um ministro dentro do governo, Lula tenta preservar apoio de uma ala pragmática do União, enquanto Rueda age para afirmar a independência do partido e consolidar um polo de oposição com o PP. No meio desse jogo, Sabino se torna um refém político: não pode sair do partido, não tem mais o controle da legenda e pode chegar a 2026 sem espaço para concorrer à reeleição.

PAINEL ND1
Uma Coluna Que Repercute Notícias, Análises e Opinião da Mídia Mainstream e Veículos Alternativos.
Leia +