Banco Central revela que brasileiros ainda têm mais de R$ 10 bilhões esquecidos em bancos; saiba como consultar e resgatar
O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (7) que ainda há R$ 10,46 bilhões em “recursos esquecidos” em instituições financeiras de todo o país. O valor corresponde a quantias que permanecem paradas em contas de pessoas físicas e jurídicas, muitas vezes por encerramento de contas, cotas de consórcios ou tarifas cobradas indevidamente.
De acordo com o balanço, R$ 8,08 bilhões pertencem a 48,4 milhões de pessoas físicas, enquanto R$ 2,37 bilhões estão em nome de 4,56 milhões de empresas. Desde o início do programa, o BC já devolveu R$ 11,74 bilhões a clientes que haviam deixado valores para trás.
O Sistema Valores a Receber (SVR) — ferramenta criada pelo Banco Central — permite que cidadãos e empresas verifiquem se têm algum dinheiro esquecido e solicitem o resgate.
Consulta e resgate dos valores
O único site oficial para a consulta é o https://valoresareceber.bcb.gov.br.
Para recuperar os valores, o usuário precisa ter conta gov.br com nível prata ou ouro, além de verificação em duas etapas ativada. A devolução ocorre exclusivamente via chave PIX, e o crédito é feito diretamente na conta do titular.
Quem ainda não possui chave PIX pode cadastrar uma junto à instituição financeira e retornar ao sistema para solicitar o resgate.
No caso de valores pertencentes a pessoas falecidas, apenas herdeiros, inventariantes ou representantes legais podem consultar e retirar os recursos, mediante o preenchimento de um termo de responsabilidade.
Pedido automático e novas funcionalidades
Desde maio deste ano, o BC passou a permitir que o cidadão habilite o resgate automático de novos valores a receber. O serviço é opcional e disponível apenas para pessoas físicas com chave PIX do tipo CPF.
Segundo o Banco Central, o objetivo é simplificar o processo e evitar que o cidadão precise verificar o sistema com frequência. Assim, sempre que uma instituição financeira identificar um valor disponível, o depósito será feito automaticamente.
O BC ressalta, contudo, que não envia notificações sobre esses créditos — o dinheiro será transferido diretamente pela instituição financeira responsável.
Reforço na segurança
Em fevereiro, o Banco Central atualizou o sistema para reforçar a segurança e evitar fraudes. Agora, o acesso exige verificação em duas etapas e validação facial pelo aplicativo gov.br.
O usuário deve inserir o CPF e a senha e, em seguida, informar um código gerado pelo app. Essa medida foi implementada após o aumento de tentativas de fraude relacionadas a sites falsos que se passavam pelo sistema oficial.
Governo confirma: não há prazo para resgate
Embora o cronograma inicial previsse o fim das solicitações em 16 de outubro de 2024, o Ministério da Fazenda confirmou que não há prazo limite para que cidadãos e empresas recuperem os recursos.
Segundo a pasta, o dinheiro “permanece disponível até que o titular solicite o saque”, sem qualquer tipo de prescrição.
