Lula critica “tirania do veto” da ONU e volta a falar em genocídio na Faixa de Gaza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que a “tirania do veto” paralisa o Conselho de Segurança da ONU e impede a organização de conter “atrocidades” como as cometidas na Faixa de Gaza.
Lula participou da Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Palestina, em Nova York, na véspera de seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Ele criticou o veto dos Estados Unidos, que na semana passada barraram uma resolução com 14 votos favoráveis que pedia cessar-fogo imediato e a suspensão das restrições israelenses à ajuda humanitária.
O presidente brasileiro voltou a classificar a ofensiva de Israel como “genocídio”:
“Não há palavra mais apropriada para descrever o que está acontecendo em Gaza do que genocídio. O direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis.”
Lula também reforçou que tanto Israel quanto a Palestina têm direito de existir, defendendo a criação de dois Estados.
Repercussão internacional
A conferência foi convocada por França e Arábia Saudita.
Durante o encontro, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou o reconhecimento oficial do Estado Palestino, afirmando que “preservar a solução de dois Estados é uma responsabilidade histórica”.
Atualmente, mais de 140 países reconhecem a Palestina, entre eles o Brasil. No domingo (21), Reino Unido, Canadá e Austrália também anunciaram reconhecimento. Os movimentos são vistos como pressão contra os assentamentos israelenses e a presença militar em Gaza.
Expectativas para discurso na ONU
Na abertura da Assembleia Geral, Lula deve criticar a concentração de poder no Conselho de Segurança e reforçar a necessidade de reforma da ONU. Há ainda a expectativa de recados indiretos ao ex-presidente Donald Trump, com defesa da soberania do Brasil, da independência do STF e críticas a tarifas impostas por Washington.
Outros pontos do discurso devem incluir defesa da democracia, do multilateralismo, de mais investimentos internacionais em transição energética e ações climáticas — especialmente na preparação para a COP30, no Brasil. Lula também voltará a pedir cessar-fogo na guerra da Ucrânia.
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