Lula venceu mais uma decisão no STF e só sai da disputa se ele quiser, avalia colunista do ND1
Definitivamente inserido no jogo eleitoral de 2022 e com o reconhecimento por parte da mais alta corte da justiça brasileira (STF) de uma verdadeira perseguição judicial, gostaria de compartilhar um trecho do que diz famoso jornalista da grande mídia, que ao meu ver corrobora esse artigo. "Lula obteve tudo o que ele precisava para levar adiante uma nova candidatura presidencial no ano que vem. Com a vitória de hoje e o bom desempenho apontado em pesquisas, é praticamente inevitável nova postulação do ex-presidente petista ao Palácio do Planalto", apontou Kennedy Alencar em sua coluna no UOL, e eu concordo em número gênero e grau.
"No debate público, além de ter o direito de pleitear inocência, Lula poderá dizer que foi perseguido judicialmente por Moro e os procuradores da força-tarefa de Curitiba. A vitória de hoje reforça os argumentos políticos do ex-presidente no eventual confronto eleitoral com Bolsonaro", destacou ainda o jornalista.
A decisão dessa quinta-feira (22/04) não deixa dúvidas: Lula só sai da disputa eleitoral se assim o quiser, e ao que parece não quer.
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria a favor da manutenção da decisão da Segunda Turma da Corte segundo a qual o ex-juiz Sergio Moro agiu parcialmente no processo em que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex em Guarujá.
O julgamento foi suspenso em razão de pedido de vista (mais tempo para analisar o processo) de Marco Aurélio Mello e será retomado depois que o ministro devolver o processo e uma nova data for definida pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux.
O STF vem dando sucessivas vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão de hoje foi apenas mais uma delas. Com a manutenção pelo plenário da decisão da Segunda Turma, a suspeição de Moro fica mantida no processo do triplex. Assim, o caso precisará ser retomado da estaca zero pelos investigadores. As provas já colhidas serão anuladas e não poderão ser utilizadas em um eventual novo julgamento pela Justiça Federal do Distrito Federal, para onde o caso foi enviado.
O ponto alto no entanto foi o bate-boca entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Roberto Barroso, ambos se engalfinharam em uma discussão em plena sessão.
A sessão foi interrompida pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux, após discussão entre os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
Gilmar Mendes disse que cabia a ele decidir quando julgar o caso da suspeição de Moro na Segunda Turma. “O processo estava sob minha vista. Cabia a mim decidir, não ao relator indicar adiamento num processo que está com vista de outro. Estava comigo”, argumentou. “Essa é a verdade dos fatos.”
Barroso afirmou em seguida, contestando Gilmar Mendes, que o conflito não foi entre a turma e o plenário e sim entre o relator e a turma.
“Também quero aprender essa fórmula processual”, rebateu Mendes. “A fórmula processual é, se os dois órgãos têm o mesmo nível hierárquico. Um não pode atropelar o outro”, respondeu Barroso. “Estou tratando juridicamente, não precisa vir com grosseria”, disse.
Gilmar Mendes disse que “talvez isso exista no código do russo, aqui não”, ao que Barroso declarou: “no código do bom senso, de respeito aos outros”. “Se o relator afetou ao pleno, é ao pleno. Vossa Excelência sentou em cima da vista dois anos e se acha no direito de depois ditar regras para os outros”, declarou.
Fux tentou encerrar o debate, mas sem sucesso: “Concedi a palavra a todos”. Mas ambos continuaram. Gilmar Mendes afirmou: “O moralismo é a pátria da imoralidade”, e foi novamente contestado por Barroso: “Nada de moralismo”. “Vossa Excelência perdeu, perdeu”, disse Gilmar Mendes. “Vossa Excelência não tem esse papel. Absolutamente. Está errado.”
Fux então encerrou a transmissão, com os debates ainda em curso. “Me perdoem, não gosto de cassar a palavra de ninguém, não gosto de cassar as palavras dos colegas, mas está encerrada a sessão”.
✱Maurício Junior é colunista e comentarista de Política Nacional no ND1✱

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