Lula Elegível e a pesquisa que mostra Bolsonaro encrencado dão o tom de 2022


A informação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve suas sentenças que foram dadas pelo então juiz Sérgio Moro na justiça do Parana anuladas e enviadas à justiça do Distrito Federal, fazendo cair sua Inelegibilidade, fez o Brasil parar diante do noticiário nacional. Sites, TV's, Rádios e com toda certeza, amanhã todos os grandes jornais e revistas do país estampando a decisão de Fachin no STF, continuarão embalando os debates políticos em níveis nacionais. 

Lula no Jornal Nacional

No JN, a reportagem do principal telejornal da Globo sobre o assunto teve 25 minutos. Logo na abertura da matéria, a apresentadora Renata Vasconcellos destacou a queda na bolsa brasileira e a alta do dólar, tentando passar uma impressão de que a anulação dos processos de Lula seria negativa para a economia brasileira. A informação foi repetida por William Bonner já final do do principal jornalistico da emissora.

Lula bem na pesquisa

Lula mostrou que está com a popularidade em alta com o eleitorado brasileiro em recente sondagem. Uma pesquisa de opinião, que mede o potencial de voto de 10 possíveis candidatos nas eleições presidenciais de 2022, apenas Lula mostrou ter mais aval político que o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

No levantamento, realizado pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), novo instituto de pesquisas da estatística Márcia Cavallari (ex-Ibope), 50% dos entrevistados disseram que votariam sem dúvidas ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse mais uma vez à presidência. No entanto, 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Bolsonaro aparece com 12 pontos porcentuais a menos no potencial de voto (38%), e 12 a mais na rejeição (56%).

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro e a margem de erro é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. O Ipec ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios brasileiros.

Bolsonarismo vs Lulismo

Com Lula no páreo, vai ser muito difícil a eleição fugir da polarização Bolsonaro x Lula. A decisão de Fachin incendiou a ala mais radicalizada do bolsonarismo e trouxe uma nova perspectiva ao eleitorado e militância lulisita, que agora enxerga uma esperança de ter em Lula, novamente seu candidato natural. Nos grupos de WhatsApp não se fala em outra coisa: Lula Elegível. Com a informação da decisão muitos bolsonaristas lamentavam a decisão, e partiam para embates com eleitores e simpatizantes de Lula.

Lula Inelegível, entenda

Para esclarecer melhor as possíveis dúvidas, vou explicar o que de fato houve na decisão de Fachin: as condenações, hoje anuladas, enquadraram Lula na Lei da Ficha Limpa, legislação sancionada por ele próprio, em 2010, quando ele ainda ocupava a cadeira de presidente da República.

Na prática a lei impede que pessoas condenadas por um colegiado — ou seja, por uma corte de segunda instância — possam se candidatar a cargos eletivos na esfera eleitoral.

Ou seja, não foi a sentença de Moro sobre o triplex do Guarujá, dada em 2017, que impediu o petista de se candidatar, mas sim a confirmação dessa condenação pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.

Em janeiro de 2018, os magistrados confirmaram a sentença de Moro, e aumentaram a pena de prisão de Lula para 12 anos e um mês em regime fechado. Posteriormente, a condenação foi ratificada em terceira instância por uma turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Lula ficou preso por 580 dias na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Ele foi solto no dia 8 de novembro de 2019. Na época em que foi solto Lula fez um discurso que empolgou sua militância e chamou Deltan e Moro de mentirosos, desafiando-os proferiu que um dia iria desmascara-los.

Discurso de Lula e mídia ajoelhada ao lavajatismo

Ontem (10/03) o ex-presidente voltou a empolgar sua militância com um discurso, que foi avaliado pelos principais analistas políticos como um discurso de um eventual candidato em 2022, com criticas à Lava Jato, Moro, Deltan e grande parte da imprensa tradicional, entre elas: Globo, Veja, Folha e outros veículos da grande mídia, pelos vazamentos sem que ao menos, os jornalistas "profissionais", checassem a veracidade das informações, principalmente no caso das delações, que premiavam os delatores que denunciassem o Partido dos Trabalhadores e o próprio Lula. A mídia se "ajoelhou" para o lavajatísmo e agora paga com a crise de confiança em grande parte do público consumidor de mídia.

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Os últimos acontecimentos da política e da economia nacionais com análises e opinião de Maurício Júnior.

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