STF torna réus acusados por tentativa de explosão de caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília
O colegiado formou placar de 4 votos a 0 para o recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza. Com a decisão, foi aberta uma ação penal no Supremo.
Os acusados vão responder pelos crimes de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e atentado contra a segurança do transporte aéreo. O caso passou a tramitar no STF em razão da conexão com as investigações sobre os atos golpistas e a tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022.
Já condenados
Os três denunciados já foram condenados pela Justiça do Distrito Federal e se encontram presos. Em maio de 2023, o empresário George Washington de Oliveira Sousa foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão. Alan Diego dos Santos Rodrigues recebeu pena de cinco anos e quatro meses. As condenações dizem respeito aos crimes de explosão, causar incêndio e posse ilegal de arma de fogo.
Segundo as investigações, o grupo planejou detonar um caminhão carregado de combustível nas proximidades do aeroporto, o que poderia provocar uma tragédia de grandes proporções. O artefato explosivo chegou a ser instalado no veículo, mas não foi detonado.
Contexto golpista
Para o STF, a tentativa de atentado está inserida no contexto das ações antidemocráticas articuladas após a derrota do então presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A Procuradoria sustenta que o objetivo era gerar pânico social, desestabilizar a ordem pública e criar um ambiente propício à intervenção institucional.
Com o recebimento da denúncia, os acusados passam à condição de réus também no Supremo Tribunal Federal, onde responderão especificamente pelos crimes relacionados à tentativa de golpe e à ameaça ao Estado Democrático de Direito.
A Agência Brasil informou que tenta contato com as defesas dos acusados. O espaço segue aberto para manifestações.
