Ex-chefe da Receita tentou usar influência para liberar joias no fim do governo Bolsonaro

Júlio Cesar Vieira Gomes, que comandou a Receita Federal no fim do governo Jair Bolsonaro, é acusado de tentar utilizar sua posição para liberar o conjunto de joias trazido ao país por integrantes do antigo governo. A informação consta em apurações da Polícia Federal, que investiga supostas irregularidades envolvendo bens de alto valor não declarados ao Fisco.

Segundo investigadores, Vieira Gomes teria pressionado servidores da Receita para que o material fosse liberado sem os procedimentos legais exigidos. As joias, avaliadas em milhões de reais, foram retidas no aeroporto de Guarulhos após agentes identificarem que não havia documentação adequada.

A PF apura se houve tentativa de interferência indevida e se a liberação facilitada integraria um esquema para incorporar os itens ao acervo pessoal do então presidente Bolsonaro, algo que é proibido pela legislação quando se trata de presentes de alto valor dados ao Estado brasileiro, e não ao indivíduo.

As investigações seguem em andamento e envolvem depoimentos de servidores, análise de registros internos e verificação de eventuais ordens irregulares dentro da Receita Federal. O ex-presidente e seus advogados negam qualquer irregularidade.