PF deflagra oitava fase da Operação Overclean e mira fraudes em licitações no Tocantins

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (31), a oitava fase da Operação Overclean, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo apuração da TV Globo, esta etapa tem como foco suspeitos de operar um esquema de propinas e irregularidades em contratos públicos no Tocantins. A investigação aponta que os alvos recebiam ou intermediavam o repasse de propinas oriundas de desvios de emendas parlamentares.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO), todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os alvos estão:

  • Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos do Tocantins;
  • Éder Martins Fernandes**, ex-secretário-executivo de Educação do Tocantins;
  • Itallo Moreira de Almeida, ex-diretor da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia;
  • Luiz Cláudio Freire de Souza França, advogado e secretário-geral do Podemos.
A Polícia Federal informou que não há mandados de prisão nesta fase. Os investigados poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.

Etapas anteriores da operação

As fases mais recentes da Overclean ocorreram em outubro e tiveram como alvo políticos da Bahia. Em 16 de outubro, o prefeito de Riacho de Santana, Dr. João Vítor (PSD), foi afastado do cargo, e o prefeito de Wenceslau Guimarães, Gabriel de Parisio (MDB), foi preso por posse ilegal de arma de fogo.

Dois dias antes, o deputado federal Dal Barreto (União Brasil), também da Bahia, foi alvo da sexta fase da operação. O parlamentar foi abordado no Aeroporto Internacional de Salvador e teve o celular apreendido pelos agentes.

Origem da Overclean

A Operação Overclean foi deflagrada pela primeira vez em dezembro de 2024. Na ocasião, 16 pessoas foram presas nos estados da Bahia, São Paulo e Goiás, e foram cumpridos 59 mandados judiciais, sendo 25 em Salvador.

Segundo a PF, a organização criminosa investigada na fase inicial é suspeita de movimentar cerca de R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 825 milhões teriam sido obtidos por meio de contratos firmados com órgãos públicos em 2024.

A investigação apura a atuação de uma rede de agentes públicos, empresários e intermediários acusados de manipular licitações, superfaturar contratos e lavar dinheiro por meio de empresas de fachada e doações políticas.