Meta remove grupo com mais de 11 mil membros que vendia garrafas usadas para falsificação de bebidas alcoólicas
A empresa Meta removeu do Facebook um grupo com mais de 11 mil integrantes que comercializava garrafas usadas, tampas, lacres e rótulos de bebidas alcoólicas, materiais frequentemente utilizados para o reenvase e adulteração de produtos. A medida foi tomada após pedido formal da Advocacia-Geral da União (AGU), que identificou a violação das políticas de segurança da plataforma.
Segundo a AGU, os perfis que atuavam nas redes da Meta vinham alimentando um mercado clandestino voltado à falsificação de bebidas destiladas, uma prática que tem contribuído para o aumento de casos de intoxicação por metanol em várias regiões do país.
Ação conjunta e preservação de provas
Após o pedido da AGU, a Meta retirou a página do ar e informou que está colaborando com as autoridades. De acordo com a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), que liderou a ação, todas as evidências coletadas — como postagens, nomes de participantes e ações de administradores — foram preservadas e poderão ser utilizadas em investigações policiais.
“A venda de garrafas de marcas conhecidas, muitas ainda com rótulos originais, facilita a falsificação e o reenvase de bebidas alcoólicas, prática que tem resultado em graves episódios de intoxicação por metanol e representa risco concreto à saúde pública”, destacou a PNDD em nota.
Violação das políticas do Facebook
A AGU destacou que o grupo também violava as próprias “Políticas de Uso e Padrões da Comunidade” do Facebook, que proíbem a venda de produtos ilegais, falsificados ou que representem risco à segurança do consumidor.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também havia solicitado a suspensão de anúncios e vendas em plataformas de comércio eletrônico que envolvessem produtos com potencial de uso na falsificação de bebidas, como selos, lacres, tampas e garrafas não colecionáveis.
Combate à adulteração e riscos à saúde
A venda e reutilização indevida de embalagens de marcas conhecidas favorece o comércio ilegal de bebidas adulteradas, que podem conter substâncias tóxicas como o metanol, responsável por intoxicações graves e até mortes.
O governo federal, por meio da AGU e da Senacon, tem intensificado ações conjuntas para restringir a circulação desses produtos e responsabilizar os envolvidos na falsificação e distribuição de bebidas ilegais.
