Inflação dos alimentos tem quarta queda seguida e ajuda a conter alta de preços no Brasil
O preço dos alimentos caiu pelo quarto mês consecutivo no Brasil, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, o grupo alimentação e bebidas do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de -0,26%, contribuindo para conter a inflação geral do país.
O IPCA, que mede a inflação oficial brasileira, mostrou que o setor de alimentos acumula uma deflação de -1,17% nos últimos quatro meses — ou seja, os produtos ficaram mais baratos nesse período.
Queda puxada por itens básicos
Os produtos que mais contribuíram para a redução foram os tomates (-11,52%), cebolas (-10,16%), alho (-8,70%), batata (-8,55%) e arroz (-2,14%).
De acordo com o IBGE, a boa safra de alguns alimentos e a melhora na oferta contribuíram para a diminuição dos preços no varejo.
Alimentação em casa e fora de casa
A alimentação no domicílio teve queda de -0,41% em setembro, menor que a registrada em agosto (-0,83%), o que indica uma desaceleração na deflação.
Já a alimentação fora de casa, que inclui restaurantes e lanchonetes, também apresentou desaceleração: passou de 0,50% em agosto para 0,11% em setembro.
O subitem lanche, por exemplo, caiu de 0,83% para 0,53%.
Influência no resultado geral da inflação
A redução dos preços de alimentos ajudou a conter a alta geral da inflação no mês. O IPCA de setembro ficou em 0,48%, resultado menor do que poderia ter sido sem a contribuição da deflação alimentar.
Em 12 meses, a inflação acumula 5,17%, ainda acima do centro da meta definida pelo Banco Central, mas com tendência de moderação.
Em agosto, o índice já havia sido negativo (-0,11%), caracterizando o segundo mês do ano com deflação no país.
Contexto econômico
Segundo especialistas, o comportamento dos preços dos alimentos reflete um equilíbrio na produção agrícola e a redução dos custos logísticos, influenciada pela queda nos combustíveis. A tendência é que o movimento de estabilidade prossiga até o fim do ano, caso não haja choques climáticos ou de oferta.