Cármen Lúcia evita pedido a Lula sobre nova vaga no STF, mas reforça defesa por mais mulheres na Corte
 A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), evitou nesta quinta-feira (16) fazer um pedido direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a escolha do sucessor do ministro Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria. Durante evento no Sesc Pinheiros, em São Paulo, a magistrada reafirmou sua posição histórica sobre a importância de mais mulheres na Suprema Corte, mas ressaltou que não comentaria especificamente o processo de indicação.
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), evitou nesta quinta-feira (16) fazer um pedido direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a escolha do sucessor do ministro Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria. Durante evento no Sesc Pinheiros, em São Paulo, a magistrada reafirmou sua posição histórica sobre a importância de mais mulheres na Suprema Corte, mas ressaltou que não comentaria especificamente o processo de indicação.“Eu não posso me manifestar por uma coisa que é da minha casa. Se eu fizer um pedido dirigido ao presidente da República, amanhã ele pode pedir alguma coisa à juíza”, afirmou a ministra, durante o encontro Sempre um Papo, ao ser questionada sobre a possibilidade de uma mulher ocupar a vaga deixada por Barroso.
Cármen Lúcia destacou que, embora defenda o aumento da representatividade feminina no Judiciário, considera i
nadequado que magistrados se envolvam em negociações políticas. “Todos sabem a minha posição sobre a questão das mulheres no STF, mas não [falo] em específico. Juiz não pede porque não pode receber, na minha compreensão”, completou.
Vaga aberta no Supremo com aposentadoria de Barroso
A aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, foi publicada na quarta-feira (15) no Diário Oficial da União. Com isso, ele deixará o cargo neste sábado (18). Barroso havia assumido a presidência da Corte em setembro de 2023 e antecipou sua saída em razão de compromissos pessoais.
Com a vaga aberta, caberá ao presidente Lula indicar um novo ministro para o Supremo, cuja nomeação depende de sabatina e aprovação pelo Senado Federal. Até o momento, o Palácio do Planalto não definiu um prazo para a escolha.
Mulheres ainda são minoria no STF
Desde a redemocratização, apenas três mulheres ocuparam cadeiras no Supremo: Ellen Gracie Northfleet, Cármen Lúcia e Rosa Weber, que se aposentou em 2023.
Atualmente, Cármen Lúcia é a única mulher entre os 11 ministros da Corte.
O tema da representatividade feminina no Judiciário tem sido pauta recorrente nos debates públicos e nos bastidores de Brasília, especialmente desde que Lula indicou dois homens — Cristiano Zanin e Flávio Dino — para as últimas vagas abertas no Supremo, em 2023 e 2024.
Em diversas ocasiões, Cármen Lúcia tem defendido que “a presença de mulheres em espaços de poder não é uma concessão, mas uma questão de justiça e democracia”.
Indicação sob observação política
A escolha do novo ministro do STF ocorre em um momento de forte tensão política entre Executivo e Legislativo, o que pode influenciar a decisão de Lula. Além da expectativa em torno de um possível nome feminino, pesam na escolha critérios técnicos, afinidades jurídicas e a busca por consenso com o Senado.
Interlocutores do Planalto afirmam que Lula tem ouvido ministros da Corte e lideranças políticas antes de definir o indicado, mantendo sigilo sobre a lista de possíveis nomes.
Enquanto isso, a fala de Cármen Lúcia reforça um ponto central do debate: a urgência de ampliar a diversidade de gênero em uma das instituições mais poderosas do país.
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