PF pede prisão de Weverton Rocha em investigação sobre descontos ilegais no INSS; STF autoriza buscas
As investigações da Polícia Federal sobre um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) levaram ao pedido de prisão preventiva do senador Weverton Rocha (PDT-MA). Apesar da manifestação contrária do Ministério Público Federal (MPF), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça autorizou o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do parlamentar.
Na decisão, o ministro também autorizou a prisão preventiva de outros investigados e destacou trechos das apurações da PF que apontam o senador como um dos principais apoiadores políticos do esquema. Segundo o magistrado, Weverton Rocha seria sustentáculo político” da organização criminosa liderada por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e pelo empresário Maurício Camisotti.
“A Polícia Federal aponta, por meio do diagrama constante às fls. 791 da representação, que o senador Weverton teria se beneficiado de valores ilícitos oriundos dos descontos associativos fraudulentos, além de manter relações próximas com integrantes da organização criminosa investigada na Operação Sem Desconto”, registra a decisão.
A nova fase da operação cumpre 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva em diferentes estados. As investigações também identificaram a existência de um grupo de mensagens em aplicativo denominado “Grupo Senador Weverton”, localizado em aparelhos utilizados por funcionários ligados ao Careca do INSS.
Os investigadores apontam ainda vínculos próximos entre o senador e outros alvos da operação, como o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal, e Gustavo Gaspar, ex-assistente parlamentar sênior da liderança do PDT na época em que Weverton comandava a bancada no Senado.
“De acordo com a Polícia Federal, Gustavo Gaspar é considerado, nos bastidores, braço direito do senador Weverton”, destacou André Mendonça no despacho.
Gaspar teria deixado o cargo em 2023 após denúncia de atuação como funcionário fantasma, mas, conforme a PF, teria retornado recentemente ao Ministério da Previdência Social para uma reunião com Adroaldo Portal, acompanhado do Careca do INSS.
A Agência Brasil informou que entrou em contato com a assessoria do senador Weverton Rocha e aguarda posicionamento oficial sobre as investigações.
