Medida pode movimentar até R$ 106 milhões, reduzir excedente no mercado e garantir renda a produtores de sete estados


 anunciou que irá adquirir 2,5 mil toneladas de leite em pó de associações e cooperativas da agricultura familiar. O volume corresponde a aproximadamente 20 milhões de litros de leite integral, com investimento estimado em até R$ 106 milhões.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (23) pelo presidente da estatal, Edegar Pretto. Segundo ele, a iniciativa tem como objetivo retirar o excedente do mercado, contribuindo para a recuperação dos preços pagos aos produtores.

De acordo com Pretto, a ação busca fortalecer a cadeia produtiva do leite da agricultura familiar ao garantir renda aos trabalhadores do campo, preservar uma atividade considerada estratégica para o país e, ao mesmo tempo, assegurar o acesso da população em situação de insegurança alimentar a um alimento de qualidade.

O Brasil é atualmente o terceiro maior produtor de leite do mundo. A produção está concentrada principalmente em Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que respondem por cerca de 70% do total nacional. Em 2024, a produção brasileira alcançou 35,6 bilhões de litros de leite.

O preço de referência definido pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) é de R$ 1,88 por litro, enquanto o valor médio praticado no mercado está em torno de R$ 2,22. No caso da compra realizada pela Conab, considerando que são necessários, em média, oito litros de leite integral para a produção de um quilo de leite em pó, além dos custos operacionais, o valor pago será de aproximadamente R$ 41,89 por quilo do produto.

A aquisição será feita por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Institucional. A Conab informou que publicará o aviso oficial em seu site ainda nesta terça-feira. Os produtores interessados poderão se cadastrar até domingo (28) e apresentar a oferta dos produtos disponíveis.

Poderão participar agricultores familiares organizados em associações, cooperativas ou outras entidades formalmente constituídas nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Alagoas, Sergipe e Goiás.

Representantes do setor avaliam a medida como positiva. Para o presidente da Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste (Cooperforte), Elio Müller, a iniciativa traz alívio imediato à cadeia produtiva. Segundo ele, os produtores enfrentavam dificuldades recentes para escoar a produção junto à indústria, e a compra anunciada pelo governo federal deve contribuir para a noralização do fluxo e da renda no campo.