Estudo aponta que super-ricos pagam só 4,6% de IR; governo aposta em taxação de altos rendimentos para bancar nova isenção
Entre os mecanismos que permitem essa redução estão lucros e dividendos — atualmente isentos —, rendimentos de sócios de micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional e transferências patrimoniais, como doações e heranças. De acordo com a SPE, para esse grupo mais rico, a renda tributável correspondeu a apenas 2,3% da renda total.
Segundo o estudo, as declarações do IR de 2023 evidenciam o aumento da participação de rendas isentas e de tributação exclusiva entre os contribuintes de maior renda, reforçando o debate sobre justiça fiscal.
Para compensar a perda de arrecadação, o governo aplicará uma alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais acima de R$ 600 mil — medida que deve atingir 141 mil contribuintes. A taxação incidirá sobre lucros e dividendos, hoje isentos. Trabalhadores assalariados seguem sujeitos à tabela progressiva, com retenção máxima de 27,5%.
O presidente declarou que a nova lei busca corrigir o que chamou de “injustiça tributária” e afirmou que a taxação dos mais ricos é fundamental para ampliar a progressividade do sistema.
Segundo Lula, o objetivo é reduzir desigualdades e tornar o sistema de tributação mais equilibrado, direcionando alívio fiscal à base da população enquanto os contribuintes de maior renda passam a contribuir de forma proporcional.
