Haddad alerta para lavagem de dinheiro via empresas nos EUA e cobra cooperação internacional
Haddad defendeu que o tema seja discutido diretamente com o governo norte-americano, diante da gravidade das operações identificadas.
De acordo com o ministro, criminosos brasileiros enviam recursos ao exterior e fazem os valores retornarem ao país como se fossem investimentos estrangeiros diretos. “Faz um empréstimo para esses fundos, que é a suspeita da Receita de que jamais serão pagos, e voltam em forma de aplicação no Brasil”, disse. Ele classificou a prática como uma “triangulação internacional gravíssima”.
A operação mais recente detectada pela Receita Federal movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão simulando investimento estrangeiro. “O dinheiro saiu daqui e está voltando. Precisamos de colaboração internacional”, reforçou Haddad.
O ministro também citou a necessidade de aprofundar cooperação com os Estados Unidos em outra frente: o contrabando de armas. Segundo ele, a Receita identificou entrada de armamentos e peças ilegais vindas em contêineres norte-americanos.
Haddad solicitou um relatório completo sobre os casos, com fotos e documentação. “Se queremos impedir que a droga chegue lá, é fundamental que se impeça que o armamento pesado chegue ao Brasil”, afirmou.
O ministro comentou ainda a operação da Polícia Federal contra o Grupo Refit, comandado por Ricardo Magro, considerado um dos maiores devedores de ICMS do país. Haddad aproveitou para cobrar a aprovação da lei do devedor contumaz, já aprovada pelo Senado e pendente na Câmara, que combate empresas usadas para sonegação sistemática e lavagem de dinheiro.
“Hoje estão sendo bloqueados R$ 8 bilhões de fundos. É assim que vamos combater o crime”, declarou.
