Lula acusa Israel de violar leis internacionais após detenção de brasileiros da Flotilha Global Sumud
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (6) que Israel violou leis internacionais ao interceptar integrantes da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, fora do mar territorial israelense. Entre os passageiros estavam cidadãos brasileiros, detidos pelas forças navais israelenses desde o dia 2 de outubro.
“Israel segue cometendo violações ao mantê-los detidos em seu país”, escreveu Lula nas redes sociais, reiterando que a ação representa uma afronta ao direito internacional e aos princípios humanitários.
A flotilha, organizada por entidades internacionais de solidariedade à causa palestina, transportava alimentos, água potável e suprimentos médicos destinados à população de Gaza, que enfrenta grave crise humanitária após meses de conflito e bloqueio.
Ação diplomática do governo brasileiro
Lula informou que determinou ao Ministério das Relações Exteriores a adoção de medidas diplomáticas e legais para assegurar o retorno dos brasileiros em segurança.
“Desde a primeira hora, dei o comando ao nosso Ministério das Relações Exteriores para que preste todo o auxílio para garantir a integridade dos nossos compatriotas e use todas as ferramentas diplomáticas e legais, junto ao Estado de Israel, para que essa situação absurda se encerre o quanto antes”, escreveu o presidente.
O Itamaraty acompanha o caso e atua para garantir o acesso consular aos detidos. A orientação do governo é manter pressão diplomática até que os brasileiros sejam libertados e repatriados.
Denúncias de maus-tratos
A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), uma das integrantes da flotilha, divulgou nota relatando que os detidos enfrentam condições degradantes, violência psicológica e falta de assistência médica adequada.
Segundo o comunicado, alguns participantes, inclusive a própria parlamentar, só receberam medicamentos após intensa pressão diplomática do governo brasileiro. Também há denúncias de que audiências judiciais foram realizadas sem representação legal, o que, segundo os integrantes da missão, reforça o caráter arbitrário das detenções.
A Flotilha Global Sumud é parte de um movimento internacional que busca romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza e levar ajuda humanitária diretamente à população civil palestina.