Ministro da Saúde Alexandre Padilha Barrado nos EUA, Cancela Viagem de Estado

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (19) que cancelou sua viagem aos Estados Unidos por considerar inviáveis as restrições de circulação impostas pelo governo americano. Segundo ele, tais medidas o impediriam de comparecer à Assembleia Geral da ONU, à reunião da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a encontros bilaterais agendados para a próxima semana.

Padilha classificou as limitações como “inaceitáveis” e uma verdadeira afronta à representação oficial do Brasil.

“As condições impostas inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil nas atividades que ele precisa fazer parte. Isso não é contra mim como pessoa, mas contra o cargo que ocupo”, declarou em entrevista ao programa Estúdio i.

Restrições impostas

Embora tenha recebido o visto de entrada nos EUA na última terça-feira (16), Padilha relatou que a principal limitação era a proibição de deslocamento entre Nova York e Washington, o que o impediria de participar da assembleia da Opas. No encontro, ele pretendia anunciar um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da entidade para ampliar o acesso a vacinas e medicamentos contra o câncer em toda a América.

Além disso, a restrição o impediria de participar de reuniões ligadas ao Brics, ao G20 e ao Mercosul, muitas delas realizadas em embaixadas e fora do perímetro da ONU. Também estavam previstas visitas a hospitais e reuniões com indústrias americanas interessadas em investir no Brasil, que precisaram ser canceladas.

Críticas ao governo americano

Padilha afirmou ter enviado uma “nota dura” à Opas, na qual critica a postura dos EUA, acusando o país de agir sob um “espírito de obscurantismo e negacionismo”. O ministro assegurou, porém, que a medida não intimidará o Brasil.

“Eles podem até impedir a presença do ministro, mas não vão calar a defesa da ciência, da vacina e do fortalecimento da saúde pública no continente”, ressaltou.

De acordo com o ministro, a resposta do governo brasileiro será reforçar o compromisso internacional e atrair mais investimentos para a produção de vacinas e tecnologias de saúde no país.