Entrevista Exclusiva de Marcelo Freixo ao ND1: 'Eu tenho fé no Rio de Janeiro', declara político
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Foto: Marcelo Freixo / Divulgação - Reprodução |
Marcelo Ribeiro Freixo (São Gonçalo, abril de 1967) é um professor e político brasileiro, filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e já foi filiado ao Psol. É atualmente deputado federal pelo Rio de Janeiro. Pelo mesmo estado foi deputado estadual por três mandatos consecutivos e presidiu a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
Ganhou notoriedade nacional quando presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito das milícias no Rio de Janeiro, tendo inspirado um personagem do filme Tropa de Elite 2, de José Padilha. Muitos não sabem, Freixo foi colunista na Folha de S.Paulo até julho de 2016, onde escreveu periodicamente textos de opinião sobre a conjuntura política, econômica e as questões sociais no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo. Esse é o nosso entrevistado, na Coluna Radar ND1.
1-Radar ND1: O senhor está lançado como pré-candidato do Rio no que seria sem dúvidas, o cenário mais importante e crucial da democracia brasileira nos últimos 30 anos. Como o senhor acha que nos sairemos como nação após as eleições de outubro deste ano?
Marcelo — Os governos de Bolsonaro e do seu aliado no Rio de Janeiro machucaram muito o país e o nosso Estado. São políticos que querem dividir, jogar os brasileiros uns contra os outros, que alimentam conflitos. O nosso compromisso, junto com Lula, é unir, promover o diálogo e buscar consensos para reconstruir o Rio de Janeiro e o Brasil. O povo brasileiro é ordeiro e quer paz e estabilidade para trabalhar e prosperar. É isso que nós vamos levar para o governo. Esse compromisso passa também pela solução dos problemas concretos que as pessoas tem, com comida na mesa, emprego decente e mais oportunidades para todas as famílias.
2-Radar ND1: Que o leva a disputar cargo do executivo em um dos estados brasileiros mais complexos, violentos e com tantos problemas longe de soluções a médio e curto prazo?
Marcelo — Eu tenho fé no Rio de Janeiro. Sei que a situação do nosso Estado é difícil, mas eu nunca encontrei facilidade em minha vida. Venho de uma família humilde. Meu pai nasceu em São Fidélis e foi para São Gonçalo em busca de uma vida melhor. Foi camelô com 8 anos e padeiro com 12. Minha mãe teve que deixar os estudos para trabalhar. Eu comecei a trabalhar com 15 anos, entregando folheto na rua. Depois fui office boy e funcionário numa escola, que me permitiu assistir às aulas do pré-vestibular sem pagar nada depois que eu dava o expediente. Ralei muito para conseguir realizar o sonho de ser professor e progredir na vida. Essa história é a mesma história de milhões de famílias do nosso Estado, que encaram os desafios de cabeça erguida e batalham todos os dias em busca de uma vida melhor. Eu quero ser governador para estar do lado dessas pessoas de bem, para que elas possam trabalhar e prosperar em paz. O Rio de Janeiro tem um potencial enorme, mas tem que tirar essa máfia do poder e acabar com a roubalheira.
3-Radar ND1: Qual sua estratégia de governo para lidar com a cada vez mais difícil tarefa do estado fluminense no enfrentamento das organizações criminosas, é possível reverter o quadro atual; como?
Marcelo — É possível e nós vamos fazer. A ordem da lei vai vencer a desordem do crime no Rio de Janeiro. Eu vou enfrentar o crime organizado com uma polícia bem treinada e bem equipada, com operações feitas com planejamento e inteligência. Nosso governo vai combater o tráfico de armas, para impedir que armamento pesado entre nas favelas. Vamos valorizar os policiais e dar boas condições de trabalho para que os agentes exerçam suas atividades de forma adequada. E vamos estabelecer um conjunto de metas de redução da criminalidade, premiando os policiais que as alcançarem. Queremos uma gestão eficiente, profissional, baseada em resultados. Eu fui presidente da CPI das Milícias, que prendeu mais de 200 bandidos, e da CPI de Combate ao Tráfico de Armas. Sei o que precisa ser feito para enfrentar o crime.
Além do braço policial, teremos o braço social. Vamos investir pesado em educação, saúde, cultura e esporte para que nossas crianças e adolescentes tenham mais oportunidades e não entrem para o crime. Queremos nossos jovens com um livro na mão, dentro da escola, não nas ruas segurando uma arma.
4-Radar ND1: O ex-governador Anthony Garotinho (União) não será mais pré-candidato, de acordo com ele por decisão do próprio partido. Ele tem feito duras críticas ao governo Cláudio Castro (PL), seu principal adversário. O senhor aceitaria um eventual apoio de Garotinho a sua campanha?
Marcelo — Todos os apoios para derrotar o atual governador são bem-vindos.
5-Radar ND1: Quais são os principais eixos de uma eventual gestão Marcelo Freixo no Governo do estado do Rio?
Marcelo — Eu quero ser lembrado como governador da educação. Meu projeto prioritário é criar a corrente da educação integral, cuidando desde a primeira infância até ajudar os nossos jovens a conseguir o primeiro emprego. Queremos que os nossos jovens passem o dia na escola, aprendendo e se desenvolvendo. Também vamos recuperar o tempo perdido pela garotada que ficou fora da sala de aula por causa da pandemia. A turma teve prejuízos sérios no aprendizado e o governo vai garantir explicadoras para dar aulas de reforço aos alunos das escolas públicas. Vamos botar a saúde para funcionar, contratando médicos e enfermeiros para as UPAs. Na economia vamos criar o programa Comida na Mesa, articulando restaurantes populares e cozinhas comunitárias para dar de comer a quem tem fome. Paralelamente a isso, vamos fazer um programa de qualificação de mão de obra, para ajudar as pessoas a conseguirem emprego, e criar uma ambiente favorável aos negócios para facilitar a vida de quem quer empreender.
6-Radar ND1: Recentemente como o ND1 noticiou, sua campanha foi alvo nas ruas de intimidação de bolsonaristas; o estado do Rio é o principal reduto de Jair Bolsonaro, o senhor acredita que podemos um dia voltar a normalidade sem tantos extremos?
Marcelo — As famílias do Brasil e do Rio de Janeiro querem paz e tranquilidade para trabalhar e prosperar. Elas querem governantes que tenham responsabilidade e capacidade de resolver os problemas reais que a população enfrenta todos os dias. Esse é o meu compromisso junto com Lula, promover o diálogo, a união e apresentar soluções para os desafios que nosso Estado enfrenta. Chega de políticos que só sabem alimentar ódio e violência. Tenho a certeza que venceremos e colocaremos nosso país no caminho da paz e da harmonia.
7-Radar ND1: O senhor apoia desde o início a pré-candidatura do ex-presidente Lula e ele tem se manifestado em apoio a sua pré-candidatura ao governo do Rio, mas como seria um cenário com Freixo Governador do Rio e Bolsonaro presidente do Brasil. É possível superar tantas diferenças em favor do estado?
Marcelo — Não acredito nessa possibilidade, tenho certeza que nosso presidente será o Lula. Mas, eleito governador, terei postura republicana diante de qualquer presidente. Sempre colocando os interesses do Rio de Janeiro em primeiro lugar.
8-Radar ND1: Deixe uma mensagem para as pessoas que confiam em seu trabalho e podem fazer uma aposta no senhor como o novo gestor do estado.
Marcelo — Venho de uma família simples. Meu pai nasceu em São Fidélis e se mudou para São Gonçalo em busca de uma vida melhor. Trabalhou como camelô aos 8 anos e como padeiro aos 12. Minha mãe é da Venda da Cruz, em São Gonçalo. Ela também veio de uma família muito humilde e teve que parar de estudar para trabalhar. Depois de casados, trabalharam como inspetor e secretária numa escola pública. Aprendi com eles o valor do trabalho, da honestidade e da família. Meu pai me ensinou que a autoridade é filha do exemplo, e essa lição norteia a minha vida. Comecei a trabalhar com 15 anos entregando folheto na rua.
Depois fui office boy e funcionário numa escola. Fiz o pré-vestibular porque os donos da escola foram muito legais comigo e me permitiram assistir às aulas à noite, depois do expediente. Ralei muito estudando de madrugada para conseguir realizar o sonho de ser professor. Essa história de superação é a mesma história de milhões de famílias do nosso Estado, que apesar de todas as dificuldades, não recuam diante dos desafios. É por essas pessoas batalhadoras que eu entrei para a vida pública. Fui deputado, enfrentei o crime organizado ajudando a colocar mais de 200 bandidos na cadeia, tive mais de 1 milhão de votos quando disputei a prefeitura do Rio e fui eleito duas vezes melhor deputado do Brasil. É essa experiência que eu quero colocar a serviço da população no governo do nosso Estado.