Capa da Revista IstoÉ: 'Ou o Brasil acaba com Bolsonaro, ou Bolsonaro acaba com o Brasil'


A Revista IstoÉ publicou uma nova e polêmica edição, nesta semana em que o Brasil vive crescente tensão entre os poderes: executivo e judiciário, com frases inflamadas e ameaçadoras, ditas publicamente por Jair Bolsonaro, prisões, buscas e apreensões do judiciário. 

Em sua capa, a revista sugeriu “acabar” com o presidente da República, Jair Bolsonaro, antes que ele “acabe” com o Brasil.

De acordo com a divulgação do texto da revista publicado no site, com o título “Ele caminha para a ruptura. As instituições não vão permitir”, a revista afirma que as “chances de Jair Bolsonaro se reeleger diminuíram dramaticamente”, baseando-se nas últimas pesquisas de intenção de voto que vem mostrando o "derretimento" do presidente e seu governo.

A capa da edição da revista traz a seguinte afirmação: “Ou o Brasil acaba com Bolsonaro, ou Bolsonaro acaba com o Brasil”.

Segundo a IstoÉ, Jair Bolsonaro estaria tentando “subverter o processo eleitoral” e defendendo um “golpe”. A revista provocou a ira de bolsonaristas que acusam a revista de esconder os atos pró-Bolsonaro, marcados para o dia da independência, no próximo 7 de setembro.

Bolsonaro inelegível, diz Jornal

Para colocar mais fervura nesse fogaréu, parte dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral está discutindo a possibilidade de deixar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inelegível em 2022, negando o registro de sua candidatura em caso de crime eleitoral. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo. 

Bolsonaro tem contra si um inquérito administrativo aberto no TSE após live em que disse ter havido fraude eleitoral em 2018 e, segundo ministros, os resultados das manifestações de 7 de setembro poderiam oferecer novos elementos para incriminar o presidente.

A Lei Complementar 64/1990 define os casos de inelegibilidade e inclui “os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados”, texto incluído pela Lei da Ficha Limpa.

Luiz Felipe Salomão  

O inquérito contra Bolsonaro é conduzido pelo ministro corregedor Luís Felipe Salomão, o mesmo responsável pela ordem recente de desmonetização de vários sites, todos com o mesmo viés ideológico, mais à direita.

No entanto, especialistas e os próprios ministros ouvidos pelo jornal paulista consideram que a declaração de inelegibilidade seria uma alternativa “pouco convencional”, “temerária por não haver precedentes” e “heterodoxa”.

(*) Este artigo não representa a opinião do ND1 e é de responsabilidade do colunista.

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