TRF-2 desmembra inquérito da Operação Zargun e mantém prisões de TH Joias e outros investigados
A 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu desmembrar o inquérito que apura os fatos investigados pela Operação Zargun, que tem como um dos principais alvos o ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, além de outras 14 pessoas.
Na mesma decisão, os desembargadores mantiveram as prisões preventivas de TH Joias, de Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, de Alessandro Pitombeira Carracena, de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, e do delegado federal Gustavo Steel. Segundo o colegiado, há indícios de vínculos diretos desses investigados com o núcleo político da facção criminosa Comando Vermelho.
O TRF-2 também confirmou a transferência de TH Joias para a Penitenciária Federal da Papuda, em Brasília. A medida já havia sido determinada no início da semana pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito das investigações que envolvem o caso.
Com o afastamento de Macário Neto, o gabinete passou a ser ocupado pelo juiz federal convocado Marcelo Leonardo Tavares, designado pelo presidente do TRF-2, desembargador federal Luiz Paulo da Silva Araújo Filho.
Atualmente, Macário Judice Neto está preso na Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ele é investigado na segunda fase da Operação Unha e Carne, que apura um esquema de vazamento de informações sigilosas e resultou, no início do mês, na prisão do então presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual Rodrigo Bacellar.
Segundo as investigações, Bacellar teria repassado informações sobre uma operação da Polícia Federal ao ex-deputado TH Joias, permitindo a ocultação de provas. Ambos são suspeitos de envolvimento com integrantes do Comando Vermelho.
Já a 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro ficará responsável pelo julgamento dos demais acusados: Kleber Ferreira da Silva, o Padrinho; Rodrigo da Costa Oliveira; Leandro Alan dos Santos; Leandro Ferreira Marçal; Wallace Menezes Varges de Andrade Tobias; Alexandre Marques dos Santos Souza; Davi Costa; Wesley Ferreira da Silva; e Wallace Brito Trindade, conhecido como Lacoste.
O julgamento contou com os votos dos desembargadores federais Wanderley Sanan Dantas, presidente do colegiado, Simone Schreiber, Marcello Granado, Flávio Oliveira Lucas, Alfredo Hilário de Souza, Cláudia Franco Corrêa e Júlio Cesar de Castilhos Oliveira Costa, que apresentou o voto condutor da decisão.
A Operação Zargun segue em andamento e apura a atuação de um suposto braço político do Comando Vermelho, com envolvimento de agentes públicos e uso de cargos institucionais para favorecer a organização criminosa.
