CPI do Crime Organizado convoca Rodrigo Bacellar e convida Anthony Garotinho para depor no Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado aprovou, nesta terça-feira (9), a convocação do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União). O deputado, preso preventivamente por suspeita de vazar informações de operações contra o Comando Vermelho, teve a soltura aprovada pela Alerj na segunda-feira (8), por 42 votos a 21.

Bacellar é acusado de repassar dados sigilosos da Operação Zargun, que prendeu o ex-deputado estadual TH Joias, investigado por intermediar a compra e venda de armas para a principal facção criminosa do Rio. A convocação foi aprovada como item extra da pauta durante a sessão que ouviu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Com isso, o parlamentar será obrigado a comparecer à CPI.

O relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), afirmou que a participação de Bacellar é essencial para compreender como o crime organizado se infiltra nas instituições públicas. Segundo ele, o depoimento do deputado é fundamental para construir “um diagnóstico fidedigno” sobre a atuação econômica das facções criminosas.

CPI convida Anthony Garotinho

A comissão também aprovou o convite ao ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (1998–2002). Por se tratar de convite, ele poderá decidir se comparece ou não. Vieira destacou que Garotinho tem feito “reiteradas e densas denúncias” sobre a presença do crime organizado no estado e que sua oitiva pode ajudar a aprofundar o entendimento sobre a infiltração criminosa nas estruturas públicas.

No requerimento, o relator afirma que o depoimento do ex-governador é “imprescindível” para o avanço das investigações da CPI.

O presidente do colegiado, senador Fabiano Contarato (PT-ES), disse que há “grande possibilidade” de que as oitivas aprovadas sejam pautadas já na próxima semana.