Caiado critica Lula e oferece tropas de Goiás para reforçar segurança no Rio de Janeiro

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira (29) que colocou as tropas goianas à disposição do governo do Rio de Janeiro e criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por não autorizar o envio de forças federais para atuar no estado. Segundo ele, governadores de direita devem realizar uma reunião por videoconferência ainda nesta quarta para tratar da crise da segurança pública.

“O presidente Lula simplesmente disse que não vai autorizar tropa para fazer esse combate no Rio de Janeiro. Então, qual é a alternativa do governador Cláudio Castro? É entregar o comando do estado para as facções?”, questionou Caiado em entrevista ao blog do Camarotti.

As declarações ocorrem um dia após a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. Segundo autoridades locais, o número de mortos pode ultrapassar 100 pessoas. A ação intensificou o embate político entre o governo federal e o governador Cláudio Castro (PL).

Governadores articulam reação

De acordo com apuração do blog, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), também manteve contato com Cláudio Castro após a operação. O secretário de Segurança Pública do Paraná teria conversado com o secretário do Rio, oferecendo reforços — oferta que, segundo fontes, foi recusada pelo governo fluminense.

“Vamos ser realistas. Sessenta por cento da população está preocupada com a violência”, afirmou Caiado. “Nós vivemos em um estado de guerra, com o narcotráfico dominando grande parte do território”, acrescentou o governador, em tom de crítica à política de segurança do governo federal.

Discurso de enfrentamento

O governador de Goiás defendeu uma postura mais rígida no combate às facções criminosas e rejeitou abordagens conciliatórias nas comunidades dominadas pelo tráfico.

“Não se pode acreditar que se deve chegar com flores no Complexo do Alemão e isso vai resolver o problema”, disse.

A declaração de Caiado reforça o alinhamento de parte dos governadores ligados à direita, que têm se posicionado em defesa de ações policiais de grande impacto e contra a intervenção do governo federal em temas de segurança pública estaduais.