Relator da proposta de anistia descarta perdão total

O relator da proposta de anistia na Câmara dos Deputados, Paulinho da Força, declarou que uma anistia "ampla, geral e irrestrita" não está mais em pauta. Nomeado pelo presidente da Casa, Hugo Motta, ele será responsável por apresentar uma nova versão do projeto que pode perdoar os envolvidos na tentativa de golpe de Estado e nos atos de 8 de janeiro.

A expectativa, segundo aliados, é que o relatório fique pronto e seja votado em até duas semanas, prevendo a redução das penas dos condenados, em vez do perdão total. Paulinho afirmou que o objetivo principal é pacificar a política nacional e que irá negociar com as bancadas dos outros partidos na Câmara para construir um texto que represente a opinião da maioria.

Críticas a Eduardo Bolsonaro e sanções dos EUA

O relator criticou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro, que pressiona por um perdão a seu pai, Jair Bolsonaro, dos Estados Unidos. Para Paulinho, a atuação de Eduardo "toca fogo no parquinho" e pode prejudicar o debate. Ele também demonstrou preocupação com as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, que podem comprometer a discussão da anistia.

O relator afirmou que, se houver novas retaliações dos EUA, isso pode "atrapalhar, e muito", a votação da proposta. A anistia é vista por Paulinho como uma forma de acabar com a "guerra que existe hoje entre esquerda e direita".