Edinho Silva diz que candidatura de Flávio Bolsonaro ‘não pode ser levada a sério’ e confirma Lula para reeleição em 2026

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, afirmou nesta terça-feira (9) que a possível candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026 “não pode ser levada a sério”. A crítica ocorre após Flávio anunciar que foi escolhido pelo pai, Jair Bolsonaro, para disputar o cargo, mas afirmar no dia seguinte que teria “um preço” para desistir da candidatura. Pela manhã, porém, declarou que sua decisão é “irreversível”.

Para Edinho, a oscilação compromete a credibilidade do senador. “Ninguém se lança candidato um dia e no outro abre negociação. Eu nunca vi isso. Não dá pra levar a sério”, disse durante conversa com jornalistas, em Brasília.

O dirigente petista também confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será candidato à reeleição em 2026. Segundo ele, a principal missão do partido será garantir um novo mandato ao petista. “A reeleição do presidente Lula é essencial para consolidar políticas públicas e construir uma agenda futura mais progressista”, afirmou.

Alckmin e Haddad no tabuleiro político

Edinho destacou o vice-presidente Geraldo Alckmin como uma das principais figuras da política nacional e disse que ele “será o que quiser ser” em 2026 — seja continuar na vice-presidência, seja disputar outro cargo, como o governo de São Paulo. Ele também defendeu que o partido dialogue com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a disputa paulista.

O presidente do PT classificou Haddad como a maior liderança nacional do partido depois de Lula. “Hoje, o maior líder nacional depois do presidente Lula é o Fernando Haddad”, afirmou.

Ele citou ainda outras lideranças petistas em ascensão, como os governadores Camilo Santana (Educação), do Ceará, e Rafael Fonteles, do Piauí.

Tarcísio e o campo da direita

Sobre a eleição presidencial, Edinho disse não saber se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, será candidato, mas avalia que ele se coloca como “herdeiro da ultradireita” no país.

PL da Dosimetria gera tensão no Congresso

Edinho também comentou a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta, de pautar o chamado “PL da Dosimetria”, que pode reduzir penas de condenados por participação na tentativa de golpe de 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro.

Segundo o dirigente, o tema deve gerar “grande debate jurídico e político”. Ele afirmou que a bancada do PT é contrária à redução das penas na forma proposta no texto original.

Confiança em Galípolo

Edinho Silva também falou sobre as críticas ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e disse que tem “muita confiança” em sua condução, destacando a queda na inflação de alimentos. Ele defendeu discutir mudanças no cálculo da meta de inflação, como elevar o teto ou retirar itens sazonais da conta.