Cármen Lúcia: 8 de janeiro não foi "acontecimento banal"


A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira (10) que os ataques de 8 de janeiro de 2023 não podem ser considerados um evento trivial. Em seu voto no julgamento sobre a trama golpista, a ministra reforçou que a invasão às sedes dos Três Poderes foi um ato planejado.

"O 8 de janeiro de 2023 não foi um acontecimento banal, depois de um almoço de domingo, quando as pessoas saíram para passear. O inédito e infame conjunto de acontecimentos havidos ao longo de um ano e meio para inflar, instigar por práticas variadas de crimes, quando haveria de ter uma resposta no direito penal", disse a ministra. Ela também acrescentou que os atos foram pensados e executados com "racionalidade", com o objetivo de "espalhar tentáculos de objetivos autoritários".

Julgamento sobre a trama golpista

Cármen Lúcia é a quarta ministra a votar na ação penal que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus de tentar um golpe de Estado. O grupo responde por crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Até o momento, o placar da Primeira Turma do STF está 2 a 1 a favor da condenação. Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela culpa dos acusados, enquanto Luiz Fux votou pela absolvição. Após o voto de Cármen Lúcia, ainda falta a manifestação do presidente da turma, ministro Cristiano Zanin.